...o meu "sketchbook"... o meu bloco de notas... o meu eu...

13
Jun 10

Eu não sei ler, escrever nem amar.

Não me conheces nem nunca ouviste de falar

De mim, que ando desaparecido em tempos

Repartidos pelos sete ventos.

 

Às vezes, quando passas por mim

Apressado, assim

Como se te fosse indiferente,

Sinto-me demasiado independente.

 

"Não vale a pena", penso eu,

"Não sou nada nem mereço sê-lo".

E sento-me na primeira calha que encontrar;

Parar e apreciar

 

Do que a vida tem de menos mau.

Um dia descobrirei a nau

Que me navegará pela razão

De tudo isto. Senão,

 

A calha já se familiarizou,

Com aquilo que penso, sinto e sou.

Há quem diga que vou errante.

Eu prefiro dizer que sou amante.


07
Out 09

Passo ante passo;

A um ritmo estranho,
Diria eu. Tango, talvez?...
Mas passo ante passo.
Confiantes,
Cada pé à sua vez
Mal tocavam no pavimento,
Indigno de merecer o teu olhar
Quanto mais o teu toque
(que atrevimento!).
 
Os meus olhos caíram…
Saltaram, fugiram!
Ganharam vida própria,
Por te ver passar.
Percorreram aquele espaço
Que os levava a conhecer a beleza utópica:
Corriam, desesperados,
Com receio de perder;
De te perder.
 
Seguiram-te.
 
Seguiram-te até à exaustão!
Já fracos, cansados e frágeis,
Mas nem isso resfriou a paixão!…
Eras tudo o que queriam ver,
Naquele dia.
Meus olhos nada mais podiam querer
Nesse dia, para sempre.
Ofuscados, acabaram por ceder. 
 
Também eu, nada mais pedia… 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas não, continuam na minha cara,
O que é bom…
Não!! É mau!
Desejava que te tivessem seguido até mais não,
Para sempre, todo o sempre…
…eternamente…
 
Mas passaste,
E não mais te vi.
Ainda colado à calçada,
Senti,
Que morria por mais um segundo,
Um momento para te ver ali.
Confiante, na passada.
Brilhante, em ti.
By... PalavraPuxaPalavra às 21:00
I am...: Entusiasmado!
para ler ouvindo: Foge Foge Bandido - Um Tempo Sem Mentira

06
Out 09

Preto no Branco.

Preto da rua,
Branco de nada.
Cheira a terra húmida,
Cheira a estrada.
A luz nua
Guarda a esperança da alvorada.
O som descansa.
O som avança,
Sem que eu o possa impedir.
E, por mais que peça,
Nada mais tenho para correr.
 
Hoje, vou parar de escrever.
By... PalavraPuxaPalavra às 22:30
para ler ouvindo: R.E.M. - Mad World
I am...: chuvoso, desanimado

No  início, não havia nada. 

      Depois, surgiram dois homens das cavernas que vendiam ovelhas: apresento-vos o Trog Lódita e o Preisto Rico. 

  

 

     Toda a sua convivência era pacífica e fraterna: cada um vendia um tipo de ovelhas que tinham diferentes qualidades das do outro vendedor e assim cada comprador escolhia a que mais lhe convinha, conforme as suas necessidades. Vendiam os belos animais lado a lado, sempre mantendo uma amizade reforçada pelo negócio que tinha crescido com o tempo. Toda a povoação os conhecia como homens honestos e recorria frequentemente ao seu negócio. Mas isso estava prestes a mudar…

 

     Certo dia apareceu uma cliente de idade, a D.ª Mácomoá Xcobras e, com um olhar malicioso, fez a seguinte questão:"-Então meus rapazes, poder-me-ão indicar qual do tipo de ovelhas o melhor?". E nisto, fez se um silêncio milenar. Ambos matutavam com os seus dois neurónios a carvão, para encontrarem resposta a tão difícil questão. Neste impasse, e enquanto a idosa regozijava com os seus botões o sucesso da dúvida que lhes lançara, ele olharam um para o outro, olhos nos olhos, cerraram os dentes, e no mesmo compasso disseram: "A minha ovelha é a melhor!". Incrédulos com a hostilidade instalada, começaram a disparar: "Veja, D.ª Mácomoá, a qualidade da lã que a minha ovelha produz!", dizia Trog, enquanto que Preisto atropelava: "Cara Xcobras, espere até provar a carne tenra e suculenta da minha ovelhita!". Entre isto, deixando os dois homens a discutir, a senhora sai sorrateira.

 

     No dia seguinte, Trog, traz as suas ovelhas muito bem tratas, com uma lã penteada, lustrosa e sedosa. Gritava em plenos pulmões que se as suas ovelhas eram de linhagens que cruzavam desde bichos-da-seda a crocodilos, e que as suas peles eram o supra-sumo das peles no planeta. Olhando de esgueira o seu adversário, Preisto massajava um dos seus exemplares, pregando aos quatro ventos que o seu gado era alvo de mordomias dignas de príncipes, para que no prato servisse os reis. A população aproximava-se e ouvia os dois homens possuídos a dispararem as frases apelativas.

 

     O tempo foi passando, e as tácticas de venda evoluindo. O contrário não se verificava com as mentalidades da povoação, que regrediam e sujeitavam-se ao jogo dos vendedores: o que convencia mais, vendia mais. Foram tornando o negócio numa batalha: enquanto que Trog acendia tochas com seu nome, Presto punha ovelhas a fazer o pino e outras proezas nunca antes vistas; Trog dava pequenas amostras de lã à porta do estábulo e Presto entregava pedras com inscrições de um lema que ficava na cabeça dos inocentes homens ancestrais. Presto chegou certa vez a oferecer 1 na compra de 2 cabeças de gado, mas Trog não lhe ficou atrás e oferecia um conjunto de instrumentos de tratamento de pêlo para cada animal adquirido. Chegaram ao ponto de enumerarem caracteristicas que os pobres mamiferos não possuiam, vejam lá!!!

 

     Num ímpeto de desespero, Trog subiu a um penedo, adoptou uma postura de confiaça e começou a cantar "Sei que estou sozinho, contei uma piada e ninguém…"….

 

Desde então, a vida não mais voltou ao mesmo...

By... PalavraPuxaPalavra às 21:22
I am...: crítico, cansado
para ler ouvindo: tudo menos a publicidade da Trinaranjus!!

04
Out 09

Onde já ouvi isto???

 

Faz parte do conformismo quotidiano dar valor às coisas ditas normais: pessoas, objectos, pensamentos, acções, feitios...coisas. Vivemos num mundo em que ter (+) dois dedos de testa pode significar "inquisição" ou a good old marginalização. Alias, decerto que já sentiste que, daquela vez que te quiseste destacar dos demais e ser um pouco mais, melhor, para ti ou para os outros, sentiste logo aquela comichãozita subtil dos olhares de soslaio e do cochicho sempre oportuno. Quanto a isso, podem defender que todos somos humanos, raça superior que é competitiva por natureza e que vivemos numa sociedade onde o mais forte predomina. Respondo eu: talvez não o mais forte, mas o que pisa mais, morde mais, esmaga mais, acotovela mais, pontapeia mais, mente mais e, para variar, o que tem mais cunhas. Estes, parece, são os Normais. Poucos são (e louvados sejam) os que sobem na vida a título próprio, e chegam ao Everest com o próprio suor. Pity…

 

Chega da vertente 'crítica social '.

O que me levou hoje a escrever foi o titulo do post.

 

 

 

"És normal"

Muitas vezes levado como um elogio, outras tantas como defeito. O Zé Povinho serve se da expressão como bengala de discurso, para classificar, categorizar, adjectivar, confortar, porque sim ou apenas porque é uma boa deixa para mudar de assunto: "é normal..".

Mas já alguém parou para pensar o que raio significa normal?

O que me dá graça é quando este adjectivo é aplicado a pessoas, gente humana.

 

Normal: (dic.) "Conforme à norma ou regra comum; habitual."

 

Qual é a norma ou regra comum? Eu não assinei nada à nascença, espera aí…

Mas nós somos, realmente, normais em quê?

Somos diferentes em basicamente tudo! Quer física quer psicologicamente. Não se pode comparar uma pessoa a um conjunto de outras e defini-la como normal! Tem sempre outro feitio, outras maneiras, outras ideias, outros tiques, outras perspectivas e opiniões. Normalidade é um conceito meio utópico, se me permites… É cuspido da boca para fora, como se fosse um papel de embrulho que envolve toda a gente: fica sempre bonitinho estar dentro. E se é certo que é muito encorajado nos dias de hoje, também é certo que nós temos a nossa quota-parte de culpa: queremos vestir igual, pensar igual, opinar igual, ver igual, ter igual, SER igual… Procuramos o dito "embrulho", sem percebermos que cada um de nós é uma prenda por si só. Somos diferentes, no way we can change that…too bad…

 

Por isso, defendo que nós devemos evidenciar as nossa diferenças e sentirmo-nos orgulhosos delas, porque somos únicos. Se não as tivessemos, seriamos todos uma produção em série sem interesse. Vê-se regularmente na TV o resultado da repressão das nossas pequenas excentricidades e singularidades: homicidios, suicidios, consumo de drogas, alcool... Não deveríamos andar tão preocupados em seguir nos carris das modas, mas de vez em quando deitar a cabeça fora da carruagem e gritar bem alto por algo que queremos. A normalidade não existe, cada um é uma diferença por si só. E devíamos andar mais preocupados em aceitar as diferenças (nossas e dos outros) do que a procurar a nossa (falsa, mas conformista) normalidade.

 

Penso que é justo afirmar que somos diferentes, na nossa normalidade…

 

Também há muito o medo de pensar por si próprio, virar um bocadinho o traseiro á Mãe Sociedade e pensar por cabeça própria. Espírito crítico, inteligência, sabes? Qualquer empreendimento ou aventura que façamos para "receber daquilo que aumenta o coração" (Mafalda Veiga, Restolho) fora do "normal" é visto como afronta, principalmente por aqueles que não têm a coragem para o fazer: "Ai, olhem para nós: estamos tão bem aqui no embrulhinho e aquele carapau de corrida vai-se aventurar a conhecer a mesa de jantar do bacalhau da consoada…tss!". A sério que estas nossas pequenas revoluções e "sedes de mais" provocam sempre maus estar, comichão e dores de cabeça a outrem…too bad…

By... PalavraPuxaPalavra às 17:47
I am...: normalmente alegre
para ler ouvindo: R.E.M. - Mad World

10
Set 09

             A Lua brincava com os teus cabelos, tornando-os aurais, divinos. Sem pudor, remexeste a areia e elevaste um pequeno punhado à altura do rosto. Soltaste o tempo pouco a pouco e doseavas cada momento para que fosse único, melhor que o anterior. Um olhar infantil cruzou-se com o meu: "O tempo corre. Mas tu voas". E de mais não fui capaz.

         "Desumana", ocorreu-me quando te vi à beira da água enfrentando a Lua. Eras demasiado perfeita para fazeres parte desta espécie inacabada. E inacabados foram também os meus pensamentos, que se esfumaram quando te vi naquele quadro tão bem finalizado.
         Foi então que começaste a andar ao longo da beira-mar. Entre olhares inocentes e sorrisos leves, ias pensando na vida, enquanto que a suave ondulação te tocava nos tornozelos e te prestava vassalagem. A Deusa de tudo. E de mim.
         Subiste até à areia húmida e, sentada, ficaste apreensiva. Assustei-me: nada podia interferir naquela imagem. Mas de repente levantaste-te e fizeste o teu dedo angelical dançar na areia. Deslizava, pintava sempre com confiança e uma sensualidade pura e aliciante. Escrevia, e tu andavas para o lado, deixando-me um trilho de curiosidade expectante.
         Enquanto reorganizavas genialmente o alfabeto, levantei-me e caminhei na direcção do teu rasto de perfume. Só me lembro de começar a ler. A partir dai, li, mas apenas amei. Li, até ao fim, e amei ao infinito.
         Ainda sob o efeito da overdose de emoções, encontrei-te como um ponto final, para encerrar tal obra. Tu, sentada aconchegada nos joelhos, convidavas-me a fazer parte de ti. Aceitei. Sentados para o oceano; intemporais.
As palavras levou-as o mar.
 
Mas o amor ancorou.
 

Obrigado Marta ;)

By... PalavraPuxaPalavra às 13:28
para ler ouvindo: Damien Rice - The Blower's Daughter
I am...: em final de férias, utópico

07
Jul 09

-Vou chorar outra vez.

-Queres que te traga os lenços?
-Sim, se fazes favor.
-…
-Toma.
-Obrigado.
-Vou buscar soro?
-O quê?
-Soro.
-Para quê?
-Se continuas assim, desidratas.
-Epá, cala-te.
-…
-Amor?
-Diiiiiiiiz…
-A tua mãe vem hoje a casa?
-Porquê?
-Lembras-te que o tapete ainda está por estrear?
-Epa, caraças! Numero 1: não sei se a minha mãe vem hoje a casa ou não, por isso calma com as hormonas. Numero 2: Porque é que os gajos não conseguem assistir a uma cena romântica calados e quietos? Têm medo que supere a realidade, não? Putos, pá!
-!!!...Ok, já vi que hoje o Benfica joga em casa…
-Aah, sim…Agora não te desculpes com o Benfica! Tu é que deves ter uma menstruação mental que te está a fazer escorrer a mioleira cá para fora. Queres um tampão? Quatro, aliás: nariz e ouvidos! E um penso para a boca!...
-Estamos muito espirituosos hoje…Piada de onde? Tardes da Júlia?
-Não. Baseado em factos verídicos: na melga do namorado.
-Não gosta, come menos.
-Por este andar, nem trinco.
-…
-Que seca…
-"Não gosta, come menos".
-Por este andar, vomito.
-Não querias estrear o tapete? Força!
-Tu sabes o que queria dizer…
-Não, não sei…
-É tão forte que te dá amnésia…
-Forte?
-Sim, pelo menos nunca reclamas, muito antes pelo contrário.
-Já desde a primária que dizem que eu represento muito bem…
-Tas a provocar…(malicioso)
-O contrario não se verifica. Provocas me irritação e pouco mais.
-Ai é?
(beijos, sensualidade)
-E agora, ainda fico pela irritação?
-Sim, irritas-me por conheceres o meu ponto fraco e o usares em teu proveito(sorrisos amuados).
-Não tenho livro de reclamações…
(beijos)
-Não é defeito…(beijos)… é feitio.
 
 
By... PalavraPuxaPalavra às 20:01
I am...: Românticamente humorístico

30
Jun 09

 

Prendeste uma lágrima que devia ter caído.

Não estás cansada de fazer reféns essas tuas companheiras a tempo inteiro?
Dá-lhes liberdade!
Dá-te à liberdade de as libertares, de te libertares…
Vais ver que faz bem, as lágrimas lavam o corpo e a alma.
 
Já tenho saudades desses olhinhos cintilantes e afogados, que fechavas com medo que alguma parte de ti se evadisse.
Tenho saudades das feições rosadas quando me vinhas abraçar: "Perdi o controlo da minha vida", dizias tu já com a voz a falhar. O meu ombro sempre se apercebia era que perdias o controlo dos teus fluidos lacrimo-nasais.
Mas não faz mal…
Eu adoro-te!
Adoro-te não, Amo-te!
Amo-te…
 
                …e choro contigo…
By... PalavraPuxaPalavra às 20:59
I am...: em pseudo-férias
para ler ouvindo: Histórias - Rodrigo Leão & Cinema Ensemble

12
Mai 09

Bem, pessoal: GUILTY

É como me sinto: não tenho conseguido escrever nada, parece que estou com um bloqueio literário, e o que sai, é estúpido!!

E tenho-me realmente desleixado ultimamente aqui com este um sketchbook...

Mas hoje vinha com um apelo.

A Muffin "roubou-me" o caderno (o real) onde disparo as ideias... Mas por uma boa causa: propôs o meu nome para uma cena que ainda não percebi muito bem, mas que parece que tenho possibilidade de editar alguns dos meus pseudo-poemas.

 

Ponto nº 1 - Quero fazer um agradecimento público à Muffin, por tudo o que ela é e que faz os outros sentir; 

Ponto nº 2 - Queria vos pedir a opinião, gentes bloguenses (e não só), tendo em conta os seguintes pontos:

           a) Os meus poemas têm qualidade suficiente para serem publicados?

           b)Se tiverem, quais deles? Preciso que me indiquem até 3 poemas para mandar e ver o que eles acham, s.f.f. ...

Por isso, peço-vos: dêem uma vista de olhos aqui pelo sítio e dêem a opinião.

 

Desde já muitíssimo agradecido,

PPP

(não precisam de conta para comentar ;p)

By... PalavraPuxaPalavra às 14:59
para ler ouvindo: The Veronicas - Untouched
I am...: Guilty, pedinte

01
Mai 09

Solidão...

Aquilo de estar tão só...

De me sentir marginalizado,

tão excluído,

tão...uniformizado!

 

Ahh!...

É o negócio de se estar isolado

consigo próprio,

fazer companhia ao ego.

Fazer-me de cego,

quando o mundo me acena,

e ao ópio do amor eu nego.

 

E quando sinto aquela dor?

Aquela revolta da indiferença,

quando começo a esticar os braços

e passam, crus,

olhando só à aparência?

 

Sim, os traços...

Ouço os "bééh-és",

ouço os "muu-us" de toda a gente,

quando ignoram que a vida é feita de linhas.

Linhas de seda, lã, tecido, whatever...

Traços entrecruzados aleatoriamente;

E sublinho: ao acaso...

 

Mas no fundo,

dá-me vontade de rir...

É que estes traços só tem um poder,

um propósito, uma razão de ser...

 

Partir

By... PalavraPuxaPalavra às 15:30
para ler ouvindo: o silêncio
tags:

08
Abr 09

Aqui está um achado!! Procurando pelas grutas de disquetes e CD's antigos encontrei isto: um texto que escrevi no meu 4º ano, para um concurso escolar. Achei graça e decidi publicá-lo. Quando o li agora pareceu-me muito piroso, tenho pelos menos 2 adjectivos para cada coisa que descrevo, o que torna a leitura um pouco irritante. Mas não quis mudar, vai tal e qual como o fiz, à muito tempo...

 

GOSTO DE VIVER AQUI
 

    Gosto de viver aqui neste colorido planeta, com mar transparente, verde e azul, dependendo das lindas e vivas flores marítimas que estão nos formosos recifes de coral nos profundos e misteriosos oceanos, que escondem os mais lentos e mais velozes, os mais gordos e os mais magros, os mais feios e os mais bonitos, os mais perigosos e os mais mansos peixes e mamíferos.

    Mas, acima de todas estas maravilhas há uma imensidão de terra larga e extensa chamada continentes, onde vivem as mais diversas, divertidas, ferozes, mansas e coloridas espécies de mamíferos e outros tipos de animais superiores a nós.

    Mas porquê que os animais são superiores ao Homem? Os animais são superiores ao Homem porque respeitam a Mãe Natureza e fazem parte do grande equilíbrio natural que há na Terra.

    Mas também nos esquecemos sempre dos seres inanimados mas que por vezes são as coisas mais belas do Mundo como os cristalinos e luminosos minerais, as gigantescas montanhas, os fundos vales onde passam os espessos e compridos rios, as belas falésias de calcário, que o mar azul gasta e faz disso a fina e macia areia dourada quando beijada pelos calorosos e escaldantes raios de sol que passam entre as brancas e cinzentas nuvens que encobrem o infinito céu azul. Na noite misteriosa que guarda segredos não reveláveis cintilam as minúsculas e longínquas estrelas no céu escuro como o breu.

    Adoro viver aqui, com os fenómenos da Natureza, a cristalina água, a branca, fria e macia neve, o duro e gelado granizo, o colorido arco-íris, o amarelo e quentinho sol, a branca e redonda lua, o cinzento nevoeiro.

    E os campos, o que se poderá dizer acerca deles?

    Os campos contêm os grandes verdes salteados, que cobrem a fresca e fértil Terra que contêm as raízes das altas e majestosas árvores, que reciclam o poluído ar em puro oxigénio.

    E a Energia de onde vêm?

    O Homem descobriu uma forma de produzir energia naturalmente, protegendo assim a bela natureza. O Vento, forte e agitado, faz girar os moinhos, a água que passa pelas barragens e a quente luminosidade solar que dá energia aos painéis solares.

    Debaixo da Terra, fósseis misteriosos dos nossos antepassados aguardam que o mais sábio dos exploradores os descubram, a ele e toda a sua história, para mais tarde, ir para um museu, onde poderá ser visto e percebido por todos. É de lá também, de baixo da Terra, que se escondem furiosos rios de lava saltitante que quando explode transforma-se no mais lindo espectáculo luminoso, arrastando tudo por onde passa.  Também nesse lugar se enterram os mais belos castelos e palácios construídos pelos nossos antigos irmãos Romanos e mouros.

    Gosto de viver aqui nesta infinita história portuguesa com gloriosos reis que venceram as mais perigosas batalhas, os grandes descobridores que fizeram os mais diversos descobrimentos. 

    Mas o mais importante de tudo é a bela amizade e o amor escaldante, porque se todos tivessem as regras do Amor o mundo seria bem mais belo, formoso, lindo e espectacular, e toda a gente diria de boa vontade...

     ... gosto de viver aqui!    Data: 21/03/2002
By... PalavraPuxaPalavra às 17:01
para ler ouvindo: Ben Harper - With My Own Two Hands
I am...: Velho
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08
Mar 09

Dia 8 de Março…Dia da Mulher.

Até ai, toda a gente chega. 
Mas porque é que raio quase ninguém se tenta informar sobre o que é este dia, ou significa em termos históricos…
Vou tentar hoje desmistificar o nevoeiro que se formou à volta de um dia com tão grande importância.
 
Factos históricos:
Por volta do século XIX, a par da rápida industrialização que se verificou no mundo ocidental, grupos de mulheres que trabalhavam sem condições dignas de um ser humano começaram a levantar as suas vozes. Muitas manifestações e greves relacionadas com os direitos das mulheres aconteceram de facto dia 8 de Março ao longo de dois séculos, sendo que a instauração oficial da data deste dia comemorativo apenas ocorreu em 1975 com o patrocínio da ONU.
 
Porém, o acontecimento chave do dia da mulher foi o incêndio em New York, na fábrica Triangle Shirtwaist, a 25 de Março de 1911. Esta situava-se nos últimos três andares de um edifício de dez. Aqui as trabalhadoras eram cerca de 600, a maioria constituída por mulheres jovens e imigrantes que trabalhavam 14 horas por dia, em semanas de trabalho de 60 a 72 horas, costurando vestuário por salários de 6 a 10 dólares por semana.
 
As condições da fábrica eram as típicas da altura: têxteis inflamáveis armazenados negligentemente, a iluminação era feita à base de gás, não existiam extintores nem outros métodos de prevenção e fumar era frequente.
Durante a tarde desse dia ocorreu um incêndio nos pisos abaixo. Os operários do décimo e oitavo andares foram notificados e a maioria salvou-se. No entanto, o alerta para o nono andar (onde se situavam maioritariamente as mulheres) tardou a chegar.
 
O nono andar apenas dispunha de duas saídas, uma escadaria e uma outra porta. A primeira já se encontrava cheia de fumo e de chamas quando as operárias se deram conta que o edifício estava a arder. A segunda porta estava fechada para evitar que as operárias roubassem materiais ou fizessem pausas. A única saída de emergência exterior depressa se arruinaria pelo peso de todas as operárias que tentavam escapar. O elevador também avariou, eliminando essa possibilidade de fuga.
 
Apercebendo-se que estavam sem saída, e devido ao calor intenso, algumas trabalhadoras lançaram-se das janelas (do nono andar). Outras forçaram as portas do elevador, lançando-se pela conduta de ascensão. Poucas sobreviveram a estas quedas. As restantes esperaram até que o fogo as consumisse. Os bombeiros chegaram rápido, porém, não havia escadas disponíveis para os transportar além do sexto andar. Um único sobrevivente foi encontrado, estando próximo do afogamento, perto da conduta de ascensão. O total de mortos foi de 146, ou seja, 91 no incêndio e 54 nas quedas.
 
Nos (tristes) dias de hoje:
Hoje em dia assiste-se a uma contradição espantosa: neste dia, após anos a reivindicarem os seus direitos de igualdade perante o sexo masculino, a defender a integração e aceitação da Mulher em toda a sociedade, muitas mulheres resolvem juntar-se em grupos restritos de amigas, isolarem-se num bar de strip ou numa ladys night…
Ora então deixa lá ver...querem ser integradas e isolam-se? Querem sentir-se iguais aos homens, mas no dia em que comemoram a luta, restringem-se a mulheres?
 
Enfim, a grande culpada disto tudo é, claro está, a sociedade: organizam-se estas festas, estas demonstrações de feminismo a torto e a direito, exigência de prendas, etc…Para mim o Dia da Mulher é para as mulheres festejarem com os maridos, filhos e amigos, para relembrar as gerações que lutaram por um mundo melhor, as responsáveis por hoje estarem neste estado de quase igualdade aos homens.
  
Para finalizar, deixo uma nota para as pessoas mais radicais: é claro que as mulheres não podem usufruir de todos os direitos dos homens, nem nunca vão conseguir estar em plena igualdade com o sexo oposto. O oposto é válido. E porquê? Porque a Natureza nos fez assim, diferentes (e ainda bem). Por isso, antes de um dos sexos reivindicar seja o que for, tenha em atenção primeiro a si próprio, e só depois ao outro.
 
e pra rematar,
FELIZ DIA DA MULHER
By... PalavraPuxaPalavra às 21:23
I am...: Um bocado aborrecido
para ler ouvindo: A Woman's Worth - Alicia Keys

02
Mar 09

Cá estou eu.

E cá estás tu.
Andamos neste ritmo descompassado que a cidade nos impingiu.
Somos escravos das horas, que passaram a segundos, e os dias, esses, passaram a breves flashes de tempo subvalorizados.
O ruído dos travões, do para-arranca e da pressa matinal são o pão nosso de cada dia, como outrora o foram os pássaros madrugadores.
As faces, pintadas de stress, de preocupação, de solidão, habitam corpos automatizados e ocos, preenchidos com almas mingues e frágeis.
Palavras como dinheiro, beleza e consumismo são elevadas ao expoente da loucura e tomam as rédeas dos sonhos.
No meio de tudo isto, me pergunto: Onde posso encontrar uma réstia de amor puro e são?
Não quero amor de alcatrão nem de montra, muito menos de embrulho.
Quero apenas um pouquinho desse cada vez mais raro elixir da vida…
Para onde foi?
Digam-me, para onde?
 
 
 
Poderá haver esperança que o amor renasça?
Poder-se à reencontrar o amor, escondido nas ruelas, nos becos, nos jardins?
Sempre que deres um olhar quente, uma mão firme, um peito reconfortante, estarás a resgatar o amor da prisão em que nós próprios o pusemos.
Liberta-o da futilidade, liberta-o do dia dos namorados, das prendas exuberantes, das grandes demonstrações…
Liberta-o do exagero, liberta-o da obsessão, da traição e da mentira.
Liberta-o do teu coração, da mente, do corpo…Liberta-o por cada poro da tua pele.
Aprende com os humildes, os pobres, os marginalizados. Aprende contigo próprio, repensa a tua ideia de amor.
Que hoje seja o primeiro de muitos passos, espero eu, pelos quais caminhas para alcançar aquele sentimento indescritível, agridoce, contraditório, que nos leva à loucura, ao fundo do poço e a voar.
Que hoje se quebrem as montras, as instruções, as publicidades, os casamentos vazios, os divórcios mal entendidos, as falsas demonstrações.
Que hoje, o amor seja redescoberto e entendido, na sua essência.
E conseguiremos assim reaver o que é nosso, por direito natural:
 
    O Amor irracional.
By... PalavraPuxaPalavra às 18:57
para ler ouvindo: Streets of New York
I am...: Amante da Cidade e da Noite

19
Fev 09

(para quem pensa de menos, para quem quer pensar mais)

 

Bem sei que se calhar começam a achar este blog demasiado filosófico ou abstracto, mas o que é que querem? Sou eu… Vem de mim e da minha cabeça… não consigo guardar os meus pensamentos, ainda que ignorantes ou errados, para mim.
Frase principal:
 
Todas as nossas acções têm como objectivo ultimo a nossa felicidade e bem-estar, físico e/ou psicológico.
 
“What the hell?” some might say…
Mas pelos menos tenho pensado nisso com alguma frequência, por isso venho defender esta posição.
Fase 2, explicação:
 
Simples
Bem, imaginem que vou à dispensa e em vez de pegar em cereais, peguei nas bolachas (epá, lá vem o gajo outra vez com as bolachas). Pois até aqui é fácil de perceber: quero comer bolachas, isso causar-me-á mais prazer do que comer cereais, e por isso escolhi-as. Consequentemente, se tivesse escolhido cereais, em principio seria devido ao facto de que comer cereais naquela altura me dava mais prazer que comer bolachas. Ok? Seguinte.
 
Complexo, Discutível, whatever…
Agora imaginem que um obcessivo-compulsivo maníaco sociopata defensor radical de uma alimentação à base de cereais me entrava pela casa a dentro e, no momento em que ia apanhar as bolachas (que naquele preciso momento era mesmo o que me estava a apetecer e não queria mesmo nada cereais), me apontava uma arma à cabeça e me ameaçava de morte se eu não comesse cereais em vez das bolachas. Penso que aqui todos concordamos que cederíamos às exigências (caprichos) do pobre homem e apesar de nos dar um desgosto enorme comer cereais lá o fazíamos.
É agora que alguns se dividem. Muitos diriam que esta acção não foi feita tendo em vista a felicidade, mas tendo em vista a ameaça. Eu afirmo que esta acção somente ocorreu deste modo porque tinha como objectivo atingir a maior felicidade, o que me daria maior bem-estar nesse momento. Porque, se “somar-mos” a felicidade da acção de comer umas bolachas e levar um “balázio”, e se comparar-mos com o “somatório” da felicidade ao comer cereais e mantermo-nos sem furos incómodos, penso que é valido dizer que a segunda opção será a melhor. Está claro, ou mal fundamentado e muito maçudo?
 
Remate
Um exemplo extremo: quando as pessoas se sentem mal com a vida e cortam os pulsos. Nestes casos believe it or not, o que acontece é que à face das opções de que dispõem é que apenas fazem o que lhes dá mais felicidade. Nessas situações, as pessoas com problemas ou os suicidas fazem o que lhes faz sentir melhor e nunca, em espaço ou tempo algum, uma pessoa poderá fazer algo que vá contra a sua busca de felicidade e bem-estar, principalmente o psicológico.
 
Reparem que o que digo é que é sempre com objectivo ultimo a felicidade, naquele momento. Não digo que mais tarde não se possas arrepender ou sair lesadas. Apenas que naquele momento é a melhor opção na sua cabeça. Desafio-vos a provarem-me o contrário.

P.S. - Se acharem que este blog está, em modos que, a perder qualidade, digam alguma coisa ;)

By... PalavraPuxaPalavra às 19:56
I am...: de auto-estima bloggista baixa

14
Fev 09
Ano 2200. 
Tudo é maquinado;
Poucos humanos existem
E os que existem, são passados…
 
Em escavações recentes
Descobriu-se um artefacto.
Coisa redonda reluzente
Que é velha, é um facto.
 
Depois de estudos tecnológicos
Novas informações do achado:
A coisa redonda e furada
Era um DVD, meio riscado.
 
Com sucesso, reproduziram-no,
Com a ajuda antiguidades.
Surpresa foi quando viram
A maior das estranhidades:
 
No ecrã futurista se viam
Dois humanos abraçados,
Estranho era que se beijavam
E estavam bem enrolados.
 
“Que escândalo”, disseram uns,
“Que nojo”, outros diziam,
“Interessante” proclamavam terceiros,
Não acreditavam no que viam.
 
A atracção era visível,
Assim como afecto e carinho.
Dois seres, desejando-se,
Deixaram o grupo parvinho.
 
Logo se empenharam em descobrir
O que era aquele fenómeno platónico:
Seria físico, ou seria químico?
Matemático talvez, ou talvez electrónico?
 
Em grupos se separaram
Conforme sua especialidade;
Cada um para seu canto
Procurando descobrir a verdade.
 
Os químicos juntavam reagentes,
Coisas coloridas e malcheirosas.
Queriam arranjar uma solução
Que reproduzisse tais atracções harmoniosas.
 
Electrónicos construíam circuitos
E trabalhavam sem atraso:
Defendiam que com energia
Descobriam a solução do caso.
 
Os físicos dedicaram-se às forças,
Aplicando a Lei da Atracção.
Nada de novo conseguiram
Tirando uma grande confusão
 
Matemáticos criaram fórmulas
Estudaram funções e trigonometria.
Com variáveis, fizeram gráficos,
Mas nada das contas surgia.
 
Sem soluções à vista
Fizeram uma extensa reunião.
Debateram sobre a problemática
E chegaram à conclusão:
 
Não era fenómeno eléctrónico,
Muito menos fenómeno físico.
Fenómeno matemático não era,
Nem era fenómeno químico.
 
Recorrendo a antigos relatos
Acharam o possível causador:
Descreveram-no como sendo indescritível,
Aquilo que era o Amor.
 
 
 
 
Bem, se ja deram uma vista de olhos no blog, reparam que não sou muito adepto de quadras, acho-as um pouco monótonas e standartizadas, mas desta vez deixei-me levar e penso que saiu uma coisa engraçada...pelo menos, foi mais ou menos esta ideia que eu queria transmitir. ;)
By... PalavraPuxaPalavra às 10:32
I am...:
para ler ouvindo: Where is the Love - Black Eyed Peas

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