Nuno Júdice
Em que pensar, agora, senão em ti?
Tu, que me esvaziaste de coisas incertas,
E trouxeste a manhã da minha noite.
É verdade que te podia dizer
“Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem,
Sermos o que sempre fomos,
Mudarmos apenas dentro de nós próprios?”
Mas ensinaste-me a sermos dois;
E a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide.
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide.
Mas é isto o amor, ver-te mesmo quando te não vejo,
Ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios,
Mesmo ele que mal corria quando por ele passámos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba.
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba.
Como gosto, meu amor,
De chegar antes de ti para te ver chegar:
Com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa.
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa.
Tu: a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti,
a mais certa certeza de que gosto de ti,
Como gostas de mim,
Até ao fim do mundo que me deste.