...o meu "sketchbook"... o meu bloco de notas... o meu eu...

02
Mar 09

Cá estou eu.

E cá estás tu.
Andamos neste ritmo descompassado que a cidade nos impingiu.
Somos escravos das horas, que passaram a segundos, e os dias, esses, passaram a breves flashes de tempo subvalorizados.
O ruído dos travões, do para-arranca e da pressa matinal são o pão nosso de cada dia, como outrora o foram os pássaros madrugadores.
As faces, pintadas de stress, de preocupação, de solidão, habitam corpos automatizados e ocos, preenchidos com almas mingues e frágeis.
Palavras como dinheiro, beleza e consumismo são elevadas ao expoente da loucura e tomam as rédeas dos sonhos.
No meio de tudo isto, me pergunto: Onde posso encontrar uma réstia de amor puro e são?
Não quero amor de alcatrão nem de montra, muito menos de embrulho.
Quero apenas um pouquinho desse cada vez mais raro elixir da vida…
Para onde foi?
Digam-me, para onde?
 
 
 
Poderá haver esperança que o amor renasça?
Poder-se à reencontrar o amor, escondido nas ruelas, nos becos, nos jardins?
Sempre que deres um olhar quente, uma mão firme, um peito reconfortante, estarás a resgatar o amor da prisão em que nós próprios o pusemos.
Liberta-o da futilidade, liberta-o do dia dos namorados, das prendas exuberantes, das grandes demonstrações…
Liberta-o do exagero, liberta-o da obsessão, da traição e da mentira.
Liberta-o do teu coração, da mente, do corpo…Liberta-o por cada poro da tua pele.
Aprende com os humildes, os pobres, os marginalizados. Aprende contigo próprio, repensa a tua ideia de amor.
Que hoje seja o primeiro de muitos passos, espero eu, pelos quais caminhas para alcançar aquele sentimento indescritível, agridoce, contraditório, que nos leva à loucura, ao fundo do poço e a voar.
Que hoje se quebrem as montras, as instruções, as publicidades, os casamentos vazios, os divórcios mal entendidos, as falsas demonstrações.
Que hoje, o amor seja redescoberto e entendido, na sua essência.
E conseguiremos assim reaver o que é nosso, por direito natural:
 
    O Amor irracional.
By... PalavraPuxaPalavra às 18:57
para ler ouvindo: Streets of New York
I am...: Amante da Cidade e da Noite

6 comentários...:
ADOREI=) está qualquer coisa de lindo e comovedor=)
as pessoas precisam de pensar como tu e polir e liber o sentimento!
mais uma vez,Adorei!
beijinho Miguel=)
Hannah.Mushroom a 2 de Março de 2009 às 23:17

Se muitas destas perguntas que fazes no post me fossem feitas há um ano atrás dir-te-ía que o amor estava em duas mãos dadas, num abraço, numa rua do Bairro alto, no Miradouro de Santa catarina, nas escadinhas do elevador da Bica...num sms que nos faz sorrir, ou corar, que nos faz feliz!...estaria no partilhar dos momentos mais simples, sem motivo...só porque sim...estava no dividir-me, infinitamente, apenas pela divisão, jamais pela multiplicação de algo que não fosse o amor...
Mas a vida mostrou-me que isso não chega, que não é suficiente...
E hoje, deixei de acreditar...
O amor é muito, e cada vez, um «contrato» que se assina, como qualquer outro...
lamento meu caro, mas hoje não tenho palavras muito animadoras.
beijinho
mesmo (m)eu a 4 de Março de 2009 às 12:31

Já que escreveste sobre este tema, e sei que vai ser aproveitado para algo de muito giro (segundo consta)resolvi fazer um biggg comentário sobre isso mesmo: o amor.

Bem, 1 palavra tão curta para simbolizar o sentimento mais importante das nossas vidas!
Não se trata apenas de um sentimento livre, mas sim de um misto de emoções extremamente importantes nas nossas vidas.

Amar, não transmite apenas o conceito banalizado da palavra, mas vai mais profundo e mais complexo na questão da razão do existir do relacionamento entre o ser humano. Não se trata apenas de um sentimento que une duas pessoas supostamente apaixonadas, mas passa sim, pela entrega mútua entre um conjunto de seres, passando pela partilha, simpatia, sinceridade, honestidade, fidelidade, alegria, compreensão, etc.

O simples facto de passarmos por fases extremamente complicadas de gerir, resultado de um culminar absurdo de rotina e stress calado na consciência de cada um de nós, leva-nos a questionar o significado desta palavra tão importante que por vezes está tão distante de nós.

O amor pode ser interpretado de muitas maneiras, pode ser sentido de maneiras diferentes e ser descoberto de inúmeras formas mas quando interiorizamos e vivemos o significado desta palavra, apesar de incerto, é como se tudo o que nos rodeia e tudo aquilo que nós consideramos adquirido e conhecido pela cegueira constante do nosso dia -a dia não fizesse mais sentido e por isso, transforma-se num novo mundo, onde tem lugar uma nova procura/busca, reestruturação e reorganização dos nossos valores e da percepção que temos da realidade, havendo ao mesmo tempo a compreensão de que um mundo sem amor é um lugar vazio e oco, sem vida, onde reina apenas a hipocrisia, a injustiça e o egoísmo.

E são em pequenos momentos da nossa vida que descobrindo por fim o amor, que nos damos conta de quem nos rodeia realmente e qual a sua verdadeira importância.
E, quando finalmente tomamos consciência do seu sentido, constatamos que este se torna um conceito quase impossível de definir.

Espero que tenhas gostado! Escusado será dizer q os teus textos estão mt bem escritos e bem + giroooos! :D

Já q escrevi tanto, prometo nem tão cedo comento.

Beijinhoo Quadris,

A tua amigalhaça Aracnis =PP
Anónimo :) a 11 de Março de 2009 às 23:11

Bom texto Miguel. Bonito e bem escrito. Parabéns!

Surpreendeu-me o final - irracional. Porquê irracional? Os sentimentos não são racionais (embora possam ser influenciados pela razão), mas não precisam de ser contrários à razão (uma analogia: as pessoas que não são nossas amigas não são necessariamente nossas inimigas).
Durante a apresentação da vossa prova, com os ruídos que havia no pavilhão, pareceu-me ouvir, "amor incondicional". É o que eu teria escrito, mas claro que também existem objecções.
carlos pires a 5 de Maio de 2009 às 22:17

Bem, penso que por essa mesma razão que o prof. referiu: o amor é muitas vezes contrario à razão. E também foi essa a mensagem que queria transmitir, que o amor na nossa sociedade está, infelizmente, racionalizado, até demais. Que deviamos soltar as amarras da regras sociais, da etiqueta e do bem-visto para podermos utilizar o amor como ele nos foi dado inicialmente: desprovido de razões, limites ou justificações, ou seja, amar "just because" se é que me entende.
Obrigado pelo comentário, espero te-lô esclarecido.
Miguel

Para mim este é sem dúvida o melhor post que aqui está! Talvez porque juntamente com estas palavras tenha tido a sorte de puder assistir a uma representação na grande prova das Pinheiríadas , e isso me leve a considerá-lo mais completo. Mas deixando de lado a vossa mega prova, isto está muito bom! Com estas palavras tu disseste tudo. Transmitiste tudo! E isso sente-se à medida que se vai lendo… Quanto á mensagem que passas para este lado do ecrã concordo com ela até certo ponto. O amor é um 'bichinho' muito complicado e complexo. E é verdade, sim, que o número daqueles que o transformam num objecto, é grande. Mas ainda se consegue encontrar amor puro. E por onde ele anda mais é em nós, malta jovem. O que é normal, dado que vivemos tudo com muito mais intensidade. Acho que é essa mesma intensidade que se vai perdendo á medida que o tempo passa, e vai fazendo com que o amor se torne em algo vazio e material. Mas cabe-nos a nós mudar e fazer dele algo vivo, presente, sincero e intenso. Uma palavra: adorei! Beijinho
Rita a 28 de Junho de 2009 às 20:35

Vejam, sou eu!
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