...o meu "sketchbook"... o meu bloco de notas... o meu eu...

07
Out 09

Passo ante passo;

A um ritmo estranho,
Diria eu. Tango, talvez?...
Mas passo ante passo.
Confiantes,
Cada pé à sua vez
Mal tocavam no pavimento,
Indigno de merecer o teu olhar
Quanto mais o teu toque
(que atrevimento!).
 
Os meus olhos caíram…
Saltaram, fugiram!
Ganharam vida própria,
Por te ver passar.
Percorreram aquele espaço
Que os levava a conhecer a beleza utópica:
Corriam, desesperados,
Com receio de perder;
De te perder.
 
Seguiram-te.
 
Seguiram-te até à exaustão!
Já fracos, cansados e frágeis,
Mas nem isso resfriou a paixão!…
Eras tudo o que queriam ver,
Naquele dia.
Meus olhos nada mais podiam querer
Nesse dia, para sempre.
Ofuscados, acabaram por ceder. 
 
Também eu, nada mais pedia… 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas não, continuam na minha cara,
O que é bom…
Não!! É mau!
Desejava que te tivessem seguido até mais não,
Para sempre, todo o sempre…
…eternamente…
 
Mas passaste,
E não mais te vi.
Ainda colado à calçada,
Senti,
Que morria por mais um segundo,
Um momento para te ver ali.
Confiante, na passada.
Brilhante, em ti.
By... PalavraPuxaPalavra às 21:00
para ler ouvindo: Foge Foge Bandido - Um Tempo Sem Mentira
I am...: Entusiasmado!

10
Set 09

             A Lua brincava com os teus cabelos, tornando-os aurais, divinos. Sem pudor, remexeste a areia e elevaste um pequeno punhado à altura do rosto. Soltaste o tempo pouco a pouco e doseavas cada momento para que fosse único, melhor que o anterior. Um olhar infantil cruzou-se com o meu: "O tempo corre. Mas tu voas". E de mais não fui capaz.

         "Desumana", ocorreu-me quando te vi à beira da água enfrentando a Lua. Eras demasiado perfeita para fazeres parte desta espécie inacabada. E inacabados foram também os meus pensamentos, que se esfumaram quando te vi naquele quadro tão bem finalizado.
         Foi então que começaste a andar ao longo da beira-mar. Entre olhares inocentes e sorrisos leves, ias pensando na vida, enquanto que a suave ondulação te tocava nos tornozelos e te prestava vassalagem. A Deusa de tudo. E de mim.
         Subiste até à areia húmida e, sentada, ficaste apreensiva. Assustei-me: nada podia interferir naquela imagem. Mas de repente levantaste-te e fizeste o teu dedo angelical dançar na areia. Deslizava, pintava sempre com confiança e uma sensualidade pura e aliciante. Escrevia, e tu andavas para o lado, deixando-me um trilho de curiosidade expectante.
         Enquanto reorganizavas genialmente o alfabeto, levantei-me e caminhei na direcção do teu rasto de perfume. Só me lembro de começar a ler. A partir dai, li, mas apenas amei. Li, até ao fim, e amei ao infinito.
         Ainda sob o efeito da overdose de emoções, encontrei-te como um ponto final, para encerrar tal obra. Tu, sentada aconchegada nos joelhos, convidavas-me a fazer parte de ti. Aceitei. Sentados para o oceano; intemporais.
As palavras levou-as o mar.
 
Mas o amor ancorou.
 

Obrigado Marta ;)

By... PalavraPuxaPalavra às 13:28
I am...: em final de férias, utópico
para ler ouvindo: Damien Rice - The Blower's Daughter

07
Jul 09

-Vou chorar outra vez.

-Queres que te traga os lenços?
-Sim, se fazes favor.
-…
-Toma.
-Obrigado.
-Vou buscar soro?
-O quê?
-Soro.
-Para quê?
-Se continuas assim, desidratas.
-Epá, cala-te.
-…
-Amor?
-Diiiiiiiiz…
-A tua mãe vem hoje a casa?
-Porquê?
-Lembras-te que o tapete ainda está por estrear?
-Epa, caraças! Numero 1: não sei se a minha mãe vem hoje a casa ou não, por isso calma com as hormonas. Numero 2: Porque é que os gajos não conseguem assistir a uma cena romântica calados e quietos? Têm medo que supere a realidade, não? Putos, pá!
-!!!...Ok, já vi que hoje o Benfica joga em casa…
-Aah, sim…Agora não te desculpes com o Benfica! Tu é que deves ter uma menstruação mental que te está a fazer escorrer a mioleira cá para fora. Queres um tampão? Quatro, aliás: nariz e ouvidos! E um penso para a boca!...
-Estamos muito espirituosos hoje…Piada de onde? Tardes da Júlia?
-Não. Baseado em factos verídicos: na melga do namorado.
-Não gosta, come menos.
-Por este andar, nem trinco.
-…
-Que seca…
-"Não gosta, come menos".
-Por este andar, vomito.
-Não querias estrear o tapete? Força!
-Tu sabes o que queria dizer…
-Não, não sei…
-É tão forte que te dá amnésia…
-Forte?
-Sim, pelo menos nunca reclamas, muito antes pelo contrário.
-Já desde a primária que dizem que eu represento muito bem…
-Tas a provocar…(malicioso)
-O contrario não se verifica. Provocas me irritação e pouco mais.
-Ai é?
(beijos, sensualidade)
-E agora, ainda fico pela irritação?
-Sim, irritas-me por conheceres o meu ponto fraco e o usares em teu proveito(sorrisos amuados).
-Não tenho livro de reclamações…
(beijos)
-Não é defeito…(beijos)… é feitio.
 
 
By... PalavraPuxaPalavra às 20:01
I am...: Românticamente humorístico

30
Jun 09

 

Prendeste uma lágrima que devia ter caído.

Não estás cansada de fazer reféns essas tuas companheiras a tempo inteiro?
Dá-lhes liberdade!
Dá-te à liberdade de as libertares, de te libertares…
Vais ver que faz bem, as lágrimas lavam o corpo e a alma.
 
Já tenho saudades desses olhinhos cintilantes e afogados, que fechavas com medo que alguma parte de ti se evadisse.
Tenho saudades das feições rosadas quando me vinhas abraçar: "Perdi o controlo da minha vida", dizias tu já com a voz a falhar. O meu ombro sempre se apercebia era que perdias o controlo dos teus fluidos lacrimo-nasais.
Mas não faz mal…
Eu adoro-te!
Adoro-te não, Amo-te!
Amo-te…
 
                …e choro contigo…
By... PalavraPuxaPalavra às 20:59
para ler ouvindo: Histórias - Rodrigo Leão & Cinema Ensemble
I am...: em pseudo-férias

02
Mar 09

Cá estou eu.

E cá estás tu.
Andamos neste ritmo descompassado que a cidade nos impingiu.
Somos escravos das horas, que passaram a segundos, e os dias, esses, passaram a breves flashes de tempo subvalorizados.
O ruído dos travões, do para-arranca e da pressa matinal são o pão nosso de cada dia, como outrora o foram os pássaros madrugadores.
As faces, pintadas de stress, de preocupação, de solidão, habitam corpos automatizados e ocos, preenchidos com almas mingues e frágeis.
Palavras como dinheiro, beleza e consumismo são elevadas ao expoente da loucura e tomam as rédeas dos sonhos.
No meio de tudo isto, me pergunto: Onde posso encontrar uma réstia de amor puro e são?
Não quero amor de alcatrão nem de montra, muito menos de embrulho.
Quero apenas um pouquinho desse cada vez mais raro elixir da vida…
Para onde foi?
Digam-me, para onde?
 
 
 
Poderá haver esperança que o amor renasça?
Poder-se à reencontrar o amor, escondido nas ruelas, nos becos, nos jardins?
Sempre que deres um olhar quente, uma mão firme, um peito reconfortante, estarás a resgatar o amor da prisão em que nós próprios o pusemos.
Liberta-o da futilidade, liberta-o do dia dos namorados, das prendas exuberantes, das grandes demonstrações…
Liberta-o do exagero, liberta-o da obsessão, da traição e da mentira.
Liberta-o do teu coração, da mente, do corpo…Liberta-o por cada poro da tua pele.
Aprende com os humildes, os pobres, os marginalizados. Aprende contigo próprio, repensa a tua ideia de amor.
Que hoje seja o primeiro de muitos passos, espero eu, pelos quais caminhas para alcançar aquele sentimento indescritível, agridoce, contraditório, que nos leva à loucura, ao fundo do poço e a voar.
Que hoje se quebrem as montras, as instruções, as publicidades, os casamentos vazios, os divórcios mal entendidos, as falsas demonstrações.
Que hoje, o amor seja redescoberto e entendido, na sua essência.
E conseguiremos assim reaver o que é nosso, por direito natural:
 
    O Amor irracional.
By... PalavraPuxaPalavra às 18:57
para ler ouvindo: Streets of New York
I am...: Amante da Cidade e da Noite

14
Fev 09
Ano 2200. 
Tudo é maquinado;
Poucos humanos existem
E os que existem, são passados…
 
Em escavações recentes
Descobriu-se um artefacto.
Coisa redonda reluzente
Que é velha, é um facto.
 
Depois de estudos tecnológicos
Novas informações do achado:
A coisa redonda e furada
Era um DVD, meio riscado.
 
Com sucesso, reproduziram-no,
Com a ajuda antiguidades.
Surpresa foi quando viram
A maior das estranhidades:
 
No ecrã futurista se viam
Dois humanos abraçados,
Estranho era que se beijavam
E estavam bem enrolados.
 
“Que escândalo”, disseram uns,
“Que nojo”, outros diziam,
“Interessante” proclamavam terceiros,
Não acreditavam no que viam.
 
A atracção era visível,
Assim como afecto e carinho.
Dois seres, desejando-se,
Deixaram o grupo parvinho.
 
Logo se empenharam em descobrir
O que era aquele fenómeno platónico:
Seria físico, ou seria químico?
Matemático talvez, ou talvez electrónico?
 
Em grupos se separaram
Conforme sua especialidade;
Cada um para seu canto
Procurando descobrir a verdade.
 
Os químicos juntavam reagentes,
Coisas coloridas e malcheirosas.
Queriam arranjar uma solução
Que reproduzisse tais atracções harmoniosas.
 
Electrónicos construíam circuitos
E trabalhavam sem atraso:
Defendiam que com energia
Descobriam a solução do caso.
 
Os físicos dedicaram-se às forças,
Aplicando a Lei da Atracção.
Nada de novo conseguiram
Tirando uma grande confusão
 
Matemáticos criaram fórmulas
Estudaram funções e trigonometria.
Com variáveis, fizeram gráficos,
Mas nada das contas surgia.
 
Sem soluções à vista
Fizeram uma extensa reunião.
Debateram sobre a problemática
E chegaram à conclusão:
 
Não era fenómeno eléctrónico,
Muito menos fenómeno físico.
Fenómeno matemático não era,
Nem era fenómeno químico.
 
Recorrendo a antigos relatos
Acharam o possível causador:
Descreveram-no como sendo indescritível,
Aquilo que era o Amor.
 
 
 
 
Bem, se ja deram uma vista de olhos no blog, reparam que não sou muito adepto de quadras, acho-as um pouco monótonas e standartizadas, mas desta vez deixei-me levar e penso que saiu uma coisa engraçada...pelo menos, foi mais ou menos esta ideia que eu queria transmitir. ;)
By... PalavraPuxaPalavra às 10:32
para ler ouvindo: Where is the Love - Black Eyed Peas
I am...:

09
Jan 09

Once upon a time

when your heart was mine,
in sunny warm days
with the sadness faraway;
I loved you
and you loved me,
that was how
It was supposed to be.
 
But something got in our way
I don’t know what, truth I say!
So I started again with my tears
and with it came my childish fears.
I hope someday you look back to me
and see me drowning in my teary eyed.
I’ve already beg you to come back here
please don’t say I didn’t tried.
By... PalavraPuxaPalavra às 19:49
I am...: Chuvoso e friorento

08
Fev 08

O vento sussurrou-me palavras ocas

As quais não consegui ouvir

A maré trouxe-me ideias soltas

Aquelas que não pude capturar…

Será que sou eu que não posso lá chegar?

Ou elas que não me conseguem alcançar?

 

A terra tremeu e gritou, num gemido seco,

Que estava num caminho errado…

O fogo aconselhou-me e contou-me os seus segredos

Talvez por ser eu que não te ouvi,

Ou tu que não me escutaste

E foi assim a nossa história que um dia encerraste.

 

Eu puxo a razão,

A minha mente a ilusão…

Desdobram-se os pensamentos secos e usados

Lembrando todos os momentos passados

Talvez um dia, pensando em tudo da vida

Me consiga achar na minha verdade

Tão querida.

 

O que posso eu fazer,

Como te posso eu tratar?

Porque tem que ser difícil,

Porque tem de assim acabar?

 

Talvez não me queiras, talvez me descartes,

Talvez desfazeres-me seja mais uma das tuas artes.

 

Rir e chorar,

Perder e amar…

Porque é que a tua alegria

Me é tão vazia?

 

Não sei que pensar,

Nem mesmo como agir,

Face a um dilema,

Quero apenas fugir.

Tudo o que é feliz está a murchar

E tudo o que existe está a suprimir

 

Se ao menos me compreendesses

E me deixasses entrar em ti, 

Quero ajudar, quero partir

 

Se ao menos me compreendesses…

 

By... PalavraPuxaPalavra às 15:40
I am...:

Vejam, sou eu!
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