Esquecer,
Como corrente que lava a mente,
estando esta ou não ciente
do que está a acontecer.
Esquecer,
como brasa que atrasa
o lembrar de lar ou casa
que um dia foi viver
Esquecer,
como rajada tão arrojada
que faz da vida tão amada
experiencia ainda por ter.
Esquecer,
como terra que enterra,
dos amores até à guerra,
todos os feitos, sem se saber.
Esquecer amores,
esquecer paixões;
Esquecer os donos dos nossos corações.
Esquecer-se da vida,
até mesmo da morte.
Esquecer é um azar, ou talvez uma sorte.
E esquecem-se por tantas razões,
tantas memórias ou ilusoes...
Esquece-se por vontade,
esquece-se por saudade.
Esquece-se sem anotar
esquece-se por não anotar.
No fim de tudo
à que entender
que no fundo, no fundo,
esquecer,
é não querer esquecer.
(Depois de o poema ler
concluo, com prazer,
que só não me o esqueci de escrever)